segunda-feira, 29 de novembro de 2021

Banhado Urbano Remanescente Ameaçado, Mas A Ciência Diz Que Tem Que Preservar


Ninhal de maçarico-de-cara-pelada. Foto: Dias/Bugoni.

Um dos últimos banhados urbanos de Pelotas pode ser destruído, caso a Secretaria Qualidade Ambiental (SQA) conceda as demais licenças ambientais necessárias para construções privadas já requeridas pelos interessados. Trata-se do banhado urbano situado entre as avenidas Juscelino Kubitschek, Bento Gonçalves e a Rua General Argolo, formado na Área de Preservação Permanente (APP) do arroio Pepino, também conhecido como Banhado do Big.

O FDAM tem acompanhado o caso e defendido a manutenção do banhado como tal, para que seja transformado numa área pública para lazer e contemplação. Também é uma área fundamental para a drenagem urbana e local de habitat para uma serie de animais nativos, notadamente aves do Pampa e migratórias, como a andorinha-de-bando (Hirundo rustica), o gavião-cinza (Circus cinereus), ameaçado de extinção e o joão-da-palha (Limnornis curvirostris), espécie endêmica. A área úmida também é dormitório e colônia reprodutiva (ninhal) de tapicuru ou maçarico-de-cara-pelada (Phimosus infuscatus), como esta acontecendo nesse momento, conforme cientistas do Curso de Biologia da UFPel.

Essa semana, o FDAM teve acesso a um estudo realizado por tais pesquisadores da UFPel, os quais afirmam: a “avifauna do banhado foi estudada por ornitólogos e observadores de aves entre 1996 e 1998, 2001, 2008 e mais recentemente, em 2020 e 2021. Nas amostragens mais recentes, disponíveis na plataforma de observação de aves eBird (https://ebird.org/hotspot/L6736262), um total de 63 espécies foi registrado”. Algumas espécies são migratórias “que nidificam no local e migram para o norte da América do Sul. Uma – a andorinha-de-bando (Hirundo rustica) – reproduz nos Estados Unidos e Canadá e migra para a América do Sul com a chegada do frio, onde permanece durante a primavera e o verão austrais (migrante do hemisfério norte; Belton 1994; Somenzari et al 2018).

Ao longo do tempo houve um “progressivo aumento de um dormitório e colônia reprodutiva (ninhal) de tapicuru, ou maçarico-de-cara-pelada (Phimosus infuscatus). É “possível estimar um número possível de filhotes produzidos no local seguindo as seguintes premissas: se os 1196 indivíduos contados constituíssem casais, e cada casal construísse um ninho, haveria 598 ninhos na colônia. Considerando a postura média da espécie, a colônia teria produzido 1554 ovos. Esses ovos teriam gerado 1243 filhotes. Considerando a sobrevivência média dos filhotes no ninho, haveria 605 filhotes aptos a deixarem o ninho.”

Os cientistas concluem que: “além de reunir uma diversidade de espécies de aves considerável para o centro da cidade, esse banhado serve de dormitório para um número expressivo de indivíduos de tapicurus e é uma importante colônia reprodutiva dessa espécie. Desse modo, recomendamos fortemente que o processo de licenciamento seja revisto a luz desses fatos, e que em caso de permissão para uso, seja seriamente considerada a implementação de um parque urbano visando a preservação da avifauna local, em especial o expressivo ninhal e dormitório de Phimosus infuscatus. Além de ser uma alternativa compatível com a conservação da biodiversidade, um parque urbano seria capaz de promover a qualidade de vida humana e silvestre enquanto provê importantes serviços ambientais importantes à população pelotense como um todo”.

Diante dessa importante confirmação científica da relevância do banhado para a diversidade ecológica do Pampa local, as entidades do FDAM estão tomando as medidas legais cabíveis para que a questão seja tratada com mais transparência e debates técnicos nos espaços institucionais e científicos, como o Conselho Municipal de Proteção Ambiental (COMPAM), que não foi provocado pela SQA para se manifestar sobre o caso.

 

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Banhado do Pepino. Foto: ASoler/CEA.


terça-feira, 30 de março de 2021

FDAM elege nova Coordenação


 FDAM elege nova Coordenação


O Fórum em Defesa da Democracia Ambiental (FDAM), assembleia que reúne diversas instituições públicas, organizações não governamentais, sindicatos, movimentos sociais e pessoas comprometidas com a manutenção e aprofundamento da democracia ambiental elegeu, na sua I Assembleia Geral, a nova coordenação.

A coordenação eleita, por unanimidade, na data de 04.03.21 garantiu a paridade de gênero, compromisso fundamental do FDAM e pretende atuar numa gestão mais horizontal possível, ficando assim constituída: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-riograndense (IFSul) - Campus Pelotas; Universidade Federal de Pelotas (UFPel); Centro de Estudos Ambientais (CEA) e Sabrina Freitas.

Além de eleger sua coordenação, o FDAM também aprovou seu Regimento Interno.

O FDAM foi fundado em 26.06.19, em Assembleia publica realizada na Câmara de Vereadores de Pelotas, por entidades que integram e que não integram o Conselho Municipal de Proteção Ambiental (COMPAM), diante da necessidade identificada de subsidiar os debates sobre a politica ambiental e evitar retrocessos, como os que estão ocorrendo no plano nacional e estadual.

Desde então o FDAM vem realizando debates públicos, provendo eventos que articula a arte com questão ecológica, elaborando documentos e analises técnica/politicas sobre temas ambientais estratégicos, como Fundo Municipal de Proteção e Recuperação Ambiental (FMAM), legislação ambiental, educação ambiental, informação ambiental, banhados, unidades de conservação, arborização urbana...

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Fundadores

  • Associação de Consumidores Bem da Terra;
  • Associação dos Docentes da UFPel (ADUFPel SSind);
  • Associação dos Servidores Universidade Federal de Pelotas (ASUFPel);
  • Associação Hip-Hop;
  • Cáritas Arquidiocesana de Pelotas;
  • Centro de Estudos Ambientais (CEA);
  • Coletivo Alicerce;
  • Comissão de Meio Ambiente da Câmara de Vereadores de Pelotas;
  • Claudia dos Santos Claudio
  • Daniela Rass
  • Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA);
  • Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAUrb/UFPel);
  • Gabinete da Vereadora Fernanda Miranda (PSOL);
  • Gabinete do Vereador Ivan Duarte (PT);
  • Gabinete do Vereador Marcus Cunha (PDT):
  • Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-riograndense (IFSul) - Campus Pelotas;
  • Instituo Mario Alves (IMA);
  • Instituto Teia;
  • Juntos;
  • Luís Eduardo Torma Burgueño
  • Marisa Potter
  • Nino Rafael Kruger
  • Partido Comunista Brasileiro (PCB);
  • Paulo Brasil do Amaral Junior
  • Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Pelotas e Região (SEEB);
  • Sindicato dos Municipários de Pelotas (SIMP);
  • SOS Laranjal;
  • Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias e Cooperativas da Alimentação de Pelotas (STICAP);
  • Thiago Andrades
  • Universidade Federal de Pelotas (UFPel).

Demais integrantes

  • Alceone Silveira dos Santos
  • Associação para Grandeza e União das Palmas (AGRUPA);
  • Associação dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente e PECMA - Rio Grande do Sul (ASIBAMA/RS);
  • Delegacia Sindical dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil em Pelotas - DS Pelotas (SINDIFISCO);
  • Eco Pelo Clima;
  • Gabinete da Vereador Jurandir Silva (PSOL);
  • Gabinete da Vereadora Miriam Marroni (PT);
  • Grupo Especial de Estudos e Proteção do Ambiente Aquático (GEEPAA);
  • Instituto Biofilia;
  • Instituo Pro-Pampa (IPPampa);
  • ONG AMIZ;
  • Pedal Curticeira;
  • Programa Habitat Social da UCPel
  • Projeto Mapa Visual das Águas
  • Rafael Milheira
  • Sabrina Freitas

sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

Chamada para artistas: A ARTE PELO BIOMA PAMPA!




O Fórum em Defesa da Democracia Ambiental (FDAM) de Pelotas convida a comunidade artística para participar da campanha A ARTE PELO BIOMA PAMPA! 
Para marcar a data de 17/12, Dia do Bioma Pampa, frente à sua importância, suas ameaças e a necessidade e urgência de protegermos esse patrimônio ambiental, o FDAM convida artistas das mais diversas áreas (artes visuais, fotografia, cinema, dança, teatro, música, arte de rua, entre outras) para apresentarem seus trabalhos sobre a temática. 

A ideia é dar maior visibilidade ao Bioma Pampa, mostrar suas belezas, diversidade, importância e ameaças, visando a ação para sua defesa e da democracia ambiental. 

Participem, divulguem, posicionem-se. 

O Pampa precisa de nós e nós precisamos do Pampa! 

Os trabalhos devem ser enviados através do formulário abaixo, de 17/12/ 20 à 17/01/21 e, conforme forem inscritos, serão divulgados nas redes sociais do FDAM e parceiros. 

Ao final do período de envio será realizada uma mostra virtual com todos os trabalhos participantes. 

Link do formulário: https://forms.gle/4MFWEHo5bJA8zUMm6